domingo, 11 de maio de 2025

O SILÊNCIO DAS BEGÔNIAS - HOMENAGEM À MINHA MÃE MARIA (IN MEMORIAM) - PROSA POÉTICA DE ALBERTO ARAÚJO


O vento que sopra hoje em Niterói carrega um perfume sutil, quase imperceptível, como a lembrança de um toque suave. Penso em Maria.

Paz era a melodia constante em seus olhos, um lago tranquilo onde a alma podia se espelhar sem turbulências. 

Humildade vestia seus gestos, cada ação despojada de qualquer vaidade, a força silenciosa de uma árvore que oferece sombra sem alarde. E simplicidade...

Ah! A simplicidade de Maria era um jardim de begônias, flores delicadas que adornam a vida sem exigir holofotes, beleza pura na sua forma mais essencial.

Neste Dia das Mães, a ausência se veste de saudade mansa, como a brisa da manhã que acaricia a janela. Mas a presença de Maria pulsa em cada coração que ela tocou, um legado de serenidade que resiste ao tempo. Sua jornada terrena foi como um rio calmo que deságua no oceano da eternidade, deixando em suas margens a doçura da sua alma. 

Celebramos hoje não apenas a maternidade florida e exuberante, mas também o amor que se manifesta na quietude, na doação discreta, na beleza despretensiosa de um coração como o de Maria. Um amor que continua a nos ensinar o verdadeiro significado de viver em paz, com humildade e na singeleza de cada instante. O silêncio das begônias em flor nos lembra a sua voz suave, a sua presença luminosa que, mesmo invisível aos olhos, permanece eternamente em nós. 

© Alberto Araújo

11 de maio de 2025. Dia das Mães.

 


 

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