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O Focus Portal Cultural une-se hoje à
comunidade da fotografia e arte em um profundo luto pela partida de Sebastião
Salgado, um dos mais influentes fotógrafos documentais do século XX. Salgado
faleceu nesta sexta-feira, 23 de maio de 2025, em Paris, aos 81 anos. A triste
notícia foi confirmada pelo Instituto Terra, organização que ele fundou ao lado
de sua esposa, Lélia Wanick Salgado. A causa da morte foi uma leucemia grave,
desenvolvida a partir de uma malária contraída em 2010, durante a realização do
projeto "Gênesis" na Indonésia.
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado inicialmente seguiu a carreira de Economia, mas foi na fotografia que encontrou sua verdadeira vocação. Ao longo de mais de cinco décadas, ele viajou por mais de 130 países, documentando com uma sensibilidade ímpar as condições humanas e ambientais do nosso planeta. Suas séries fotográficas, como "Trabalhadores", "Êxodos", "Gênesis" e a mais recente "Amazônia" – fruto de sete anos de expedições pela floresta –, são marcos no fotodocumentarismo. O estilo inconfundível em preto e branco de Salgado elevou suas imagens a um patamar artístico, revelando não apenas a beleza, mas também a fragilidade da vida e do meio ambiente.
Além de seu vasto trabalho fotográfico, Salgado foi um visionário na preservação ambiental. Em 1998, ele fundou o Instituto Terra, dedicado à recuperação da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce. Essa iniciativa reflorestou milhares de hectares e se tornou um modelo mundial em restauração ecológica. Reconhecido internacionalmente, Salgado recebeu inúmeros prêmios, incluindo o Príncipe de Astúrias das Artes, e foi membro da Academia de Belas Artes da França desde 2016.
O legado de Sebastião Salgado vai muito além das fotografias que nos deixou. Sua obra é um poderoso testemunho visual das desigualdades sociais, das migrações forçadas, do trabalho árduo e da urgência de proteger o nosso planeta. Como ele mesmo afirmou em 2022, ao comentar sobre a exposição "Amazônia", a floresta o impactou profundamente, sendo um espaço com a maior concentração cultural do planeta.
Salgado deixa sua esposa Lélia, seus
filhos Juliano e Rodrigo, e os netos Flávio e Nara. Seu olhar, que com tanta
maestria capturou a essência da humanidade e da natureza, permanece como um
convite perene à reflexão sobre a condição humana e a importância vital da
preservação do nosso lar.
© Alberto Araújo
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