quinta-feira, 22 de maio de 2025

AURORA CARIOCA E A POESIA DA QUINTA - REFLEXÃO DE ALBERTO ARAÚJO


Ah, esta quinta-feira que desabrocha! Mais que um simples dia, um convite à contemplação, um presente tecido com os fios da luz solar. Da nossa janela, em Icaraí, a alma se alarga. Não é apenas a baía, mas um espelho d'água etéreo que se estende, um véu azul-prateado a refletir o milagre matutino. 

E sobre a imensidão líquida, majestoso e sereno, ergue-se ele: o Cristo Redentor. Hoje, não se mostra apenas como um monumento, mas como uma alma luminosa, banhada pelo primeiro ouro do sol. Seu contorno, nítido e resplandecente contra o azul límpido, parece abençoar a cidade que dorme e que desperta, um farol de paz sobre o Corcovado.

A Baía da Guanabara, em sua dança de cores, abraça essa imagem divina, duplicando a beleza, eternizando o instante.

Enquanto a xícara fumegante aquece as mãos e o aroma do café se mistura ao sal da maresia, os olhos se perdem na Praia de Icaraí.

As amendoeiras, sentinelas verdes de folhas largas, murmuram segredos antigos, suas copas abrigando histórias de ventos e de marés. É um quadro vivo, em constante mutação, mas que guarda em si a essência da permanência, da ternura que só a natureza pode oferecer. 

Nesta quinta-feira linda, não há pressa, apenas a gratidão por cada raio de sol, por cada nuance de azul. É como se o tempo, por um breve instante, suspendesse sua corrida para nos permitir sorver a poesia que emana do horizonte, a melodia silenciosa de um amanhecer que se faz arte.

@ Alberto Araújo




 

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