terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

CHICO ANYSIO. EM 2021 CELEBRAMOS OS 90 ANOS DO HUMORISTA, ATOR, DUBLADOR, ESCRITOR, COMPOSITOR E PINTOR BRASILEIRO.

 



FRANCISCO ANYSIO DE OLIVEIRA PAULA FILHO nasceu em Maranguape, Ceará, em 12 de abril de 1931 e faleceu no Rio de Janeiro, 23 de março de 2012, foi um humorista, ator, radioator, produtor, locutor, roteirista, escritor, dublador, apresentador, compositor e pintor brasileiro, notório por seus inúmeros quadros e programas humorísticos na Rede Globo, emissora onde trabalhou por mais de quarenta anos.

Dirigiu e atuou ao lado de importantes nomes do humor brasileiro no rádio e na televisão, como Paulo Gracindo, Grande Otelo, Costinha, Walter D'Ávila, Jô Soares, Renato Corte Real, Agildo Ribeiro, Ivon Curi, José Vasconcellos e muitos outros. Com 63 anos de carreira, é considerado um dos mais geniais humoristas brasileiros. Em 2009 recebeu a mais alta honraria da cultura no Brasil, a Ordem do Mérito Cultural.

Mudou-se com a mãe e três irmãos  entre eles a atriz Lupe Gigliotti e o cineasta Zelito Viana  para o Rio de Janeiro, aos 7 anos. Os quatro foram morar numa pensão no Catete, na Zona Sul; o pai ficou na cidade natal, tentando refazer a vida como construtor de estradas, depois de perder toda a frota de sua empresa de ônibus num incêndio. Chico estudou para ser advogado, mas a vocação de comediante e a necessidade de trabalhar mudaram o rumo de sua vida. Ainda bem jovem, venceu vários concursos de programas de calouros, como o Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Nacional, fazendo imitações.

Em 1957, Walter Clark o contratou como diretor da linha de shows da TV Rio. Chico levou para a emissora programas que fizeram sucesso na Mayrink Veiga, como Noites Cariocas, O Riso é o Limite e Praça da Alegria. “Naqueles primórdios da televisão brasileira, a Tupi era dona quase total da audiência. Seria algo em torno de 86 pontos, contra apenas sete da TV Rio. Um mês depois de estrearmos a nova linha de shows, a situação se inverteu”. Ainda eram os tempos da TV ao vivo; um dia, porém, o diretor Carlos Manga, para quem ele já havia escrito 18 chanchadas da Atlântida – como A Baronesa Transviada (1957), Alegria de Viver (1958), O Camelô da Rua Larga (1958) e Entrei de Gaiato (1959) –, surgiu com uma ideia. “Manga me disse: ‘Apareceu uma máquina aí que tem o dom da multiplicação. Com a ajuda dela, vamos fazer um programa juntando todos os seus personagens’. Essa máquina era o videoteipe”.

Nascia, assim, o Chico Anysio Show, escrito por Chico Anysio, Haroldo Barbosa e Roberto Silveira, com direção de Carlos Manga, base de todos os outros programas que o comediante estrelaria na TV nos anos seguintes. “Foram 23 horas de gravação e eu fiz oito personagens. No fundo, tudo o que eu fiz, na televisão, foi o Chico Anysio Show, que se transformou em Chico City, Chico Especial, Chico em Quadrinhos, Chico Total”. Passou ainda pelas TVs Excelsior (para onde levou o seu Chico Anysio Show e fez o programa A Volta ao Mundo em 80 Shows), Tupi (também com seu programa, além de ter sido diretor da emissora) e Record (como uma das estrelas dos programas Essa Noite se Improvisa, no qual se apresentava ao lado de nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque e Carlos Imperial, e Vamos Simbora, com Wilson Simonal).

Depois que saiu da Record, Chico ficou afastado um tempo da televisão, período em que se dedicou ao teatro. “Tive a felicidade de inaugurar o Teatro Lagoa, em 1969, onde consegui o recorde de nove sessões por semana, sendo duas no domingo. E isso durou nada menos do que um ano e três meses, na base da superlotação, 12 cadeiras extras por sessão”. Também em 1969, la Depois de passar pelo Fantástico, o malandro carioca Azambuja ganhou o seu próprio programa, Azambuja & Cia. (1975), exibido nas noites de segunda-feira. Faziam parte da trupe, entre outros, Tião Macalé, Dorinha Duval e Arnaud Rodrigues, com quem Chico gravou outro disco, com a trilha sonora da atração. Chico Total, que passava nas noites de terça-feira, substituiu Chico City em 1981. No mesmo ano, estreou Chico Anysio Show, que ficou no ar até 1990, e era exibido semanalmente, às quintas-feiras.

O programa trazia personagens novos, como o galã com voz dublada Bruce Kane, e continuou contando com antigos, como o boneco de ventríloquo Chiquitin, o jornalista Setembrino, o garçom fanho Quem-Quem, o pai de santo Painho, o político corrupto Justo Veríssimo, o jogador de futebol Coalhada, o vampiro Bento Carneiro, a apresentadora de TV Neide Taubaté, e o pastor charlatão Tim Tones. No fim do programa, a gaúcha Salomé ligava para o presidente João Figueiredo, seu conterrâneo, para questioná-lo. “E o engraçado é que ele levou a Salomé a sério. E a respondia, nos discursos que pronunciava”. Salomé voltou à cena no Zorra Total, chamando às falas o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Também em 1981, o humorista se apresentou no prestigioso Carnegie Hall, em Nova York.

Ainda com Escolinha do Professor Raimundo no ar, o comediante estreou, em 1991, Estados Anysios de Chico City, seguindo a linha de seus programas anteriores, com um elenco fixo de mais de 70 atores, e que ia ao ar nas noites de quarta-feira. Chico Total foi exibido aos sábados, durante o ano de 1996, misturando quadros com seus personagens e esquetes de seus shows ao vivo; já O Belo e as Feras (1999), era baseado na estrutura das sitcoms americanas, e contou com as participações de atrizes como Regina Duarte, Luana Piovani, Claudia Ohana e Fernanda Montenegro. O humorístico ia ao ar inicialmente às quartas-feiras, depois, aos sábados.

No cinema, estreou em 1959, em Entrei de Gaiato, de J.B. Tanko, ao lado de Zé Trindade, Dercy Gonçalves e Costinha, e atuou em sucessos como Tieta do Agreste (1996), dirigido por Cacá Diegues, onde interpretou o pai da protagonista; e Se Eu Fosse Você 2 (2008), de Daniel Filho. Escreveu livros de contos e de humor como O Batizado da Vaca (1972), A Curva do Calombo (1974) e Teje Preso (1975), e o romance Carapau (1878). Em 2007, lançou o seu primeiro disco, Chico Anysio Inaugura o Bom Humor Dançante. É Mentira, Chico?, uma enciclopédia de seus personagens, ilustrados pelos principais cartunistas do país. Muitos de seus 209 tipos podem ser lembrados no DVD Chico Especial, lançado em 2008 pela Globo Marcas para comemorar os 40 anos do artista na emissora.

 

 









APOIO DA DIVULGAÇÃO











Nenhum comentário:

Postar um comentário