sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

MARIA CALLAS SOPRANO GREGA

 



MARIA CALLAS nasceu em Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 e faleceu em Paris, 16 de setembro de 1977, foi uma soprano grega. Os críticos elogiavam sua técnica bel canto, sua voz de grande alcance e suas interpretações de profunda análise psicológica, caracteres que a levaram a ser saudada como La Divina. Seu tipo vocal era classificado como o raríssimo soprano absoluto. Seu repertório, por sua vez, variava de ópera-séria clássica para as óperas bel canto de Donizetti, de Bellini e de Rossini e, ainda, para as obras de Verdi e de Puccini; e, no início de sua carreira, para os dramas musicais de Wagner.


Biografia


Nascida María Kekilía Sofía Kalogerópulu. Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades econômicas, teve que regressar à Grécia com sua mãe em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com o soprano leggero Elvira de Hidalgo.

Existem diferentes versões sobre sua estreia. Alguns situam-na em 1937, como Santuzza em uma montagem estudantil da Cavalleria Rusticana, de Mascagni; outros, à Tosca (Puccini) de 1941, na Ópera de Atenas. De todo modo, seu primeiro papel na Itália teve lugar em 1947, na Arena de Verona, com a ópera La Gioconda, de Ponchielli, sob a direção de Tullio Serafin, que logo se tornaria seu mentor.

Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença. Todavia, sua carreira só viria a projetar-se em escala mundial no ano seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do seu feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano dramático para cantar Violetta em La Traviata.

A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan. São os anos áureos, e ao passo de sua fama como cantora internacional, também vai sua fama de tigresa, muitas vezes considerada temperamental pelo seu perfeccionismo. Famosa foi sua rivalidade com Renata Tebaldi e as brigas públicas, através de declarações para jornais, várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos operísticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para reacender o estrelismo do gênero ópera e de seus intérpretes. Alguns críticos inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para acirrar as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as comparações entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del Monaco, e Callas ao lado de Di Stefano.

Sua voz começou a apresentar sinais de declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua carreira a recitais, noites de gala e breves sessões de gravação em estúdio. No entanto, em 1964, encorajada pelo cineasta italiano Franco Zefirelli, volta aos palcos em uma de suas maiores criações, Tosca de Puccini, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Em 9 de fevereiro de 1964, efetua-se uma transmissão televisiva da gravação do segundo ato dessa ópera para o programa A Golden Hour from the Royal Opera House, com Callas como Tosca, Gobbi como Scarpia e Renato Cioni como Mario. O primeiro e o terceiro ato não foram performados para o programa.

Além de Tosca, entre 1964 e 1965, interpretou Norma de Vincenzo Bellini em Paris. Cantou em suas últimas récitas dessa ópera contra ordens médicas, e sua exaustão é evidente nas gravações feitas por alguém no público. Callas desmaiou no camarim antes que pudesse cantar a última cena da performance do dia 29 de maio de 1965; suas roupas foram trocadas antes que acordasse para que não insistisse em continuar com a récita.

Sua última apresentação em uma ópera completa foi como Tosca, em 5 de Julho de 1965, em Londres. Seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata grego Aristóteles Onassis, dedicou-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua vida de verdade. A agressividade e o relacionamento abusivo do magnata com o soprano eram notáveis, como relatado por amigos. Uma famosa frase dita por Onassis a Callas foi: "Você tem apenas um apito na garganta, e ele não funciona mais." Em 1968, o empresário casou-se com Jacqueline Kennedy (viúva do ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy).

Em 1969, atua como Medea, no filme homônimo de Pier Paolo Pasolini. Além disso, após ter sua técnica revisada por sua antiga professora Elvira de Hidalgo, grava sua última sessão em estúdio pelo selo EMI. Em 1971 e 1972, deu master classes por dois anos na Juilliard School. Em 1972 e 1973, gravou, ao lado do tenor Giuseppe di Stefano, um álbum de duetos pelo selo Philips. Seu lançamento, contudo, não foi autorizado; mas encontra-se disponível atualmente pelo selo Divina Records. Além disso, também com di Stefano, dirigiu uma produção da ópera de Giuseppe Verdi I vespri siciliani, em Turim, em 1973.

Também em 1973, retornou aos palcos para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente]], junto de di Stefano. Cantou em público pela última vez a 11 de novembro de 1974 em Sapporo, no Japão.

Últimos anos

Em 1975, Onassis tem sérios problemas de saúde e morre. Callas começa agora um período de claustro e, isolada do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Uma possível volta é ensaiada e entusiasmada pelo cineasta Franco Zefirelli. Uma gravação da La traviata, com o tenor em ascensão Luciano Pavarotti é estudada, mas o projeto logo é abandonado por ela. Uma gravação de agosto de 1977, na qual ela ensaia o verso "Deh! non m'abbandonar" da ária "Madre, pietosa vergine" (La forza del destino, de Giuseppe Verdi), mostra um grande desenvolvimento vocal em relação à última década. Essa é a última gravação conhecida do grande soprano.

Callas faleceu em 16 de setembro de 1977, aos 53 anos, em seu apartamento em Paris em decorrência de um ataque cardíaco. Suas cinzas foram jogadas no Mar Egeu.






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