terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO É UM DOS MAIS IMPORTANTES TEATROS BRASILEIROS. LOCALIZA-SE NA CINELÂNDIA, CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.



Inaugurado em 14 de julho de 1909 durante a prefeitura de Souza Aguiar, mas tendo a obra sido iniciada no governo anterior (de Pereira Passos), como parte do conjunto arquitetônico das obras de reurbanização do Rio de Janeiro e abertura da Avenida Central, exerce desde sua inauguração um importante papel para a cultura carioca e nacional, recebendo em seu palco importantes artistas, orquestras e companhias de ballet.

Apesar do nome, o teatro não pertence ao município, mas está vinculado ao estado do Rio de Janeiro. Atualmente o teatro é dirigido pela Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que tem Aldo Mussi como presidente e André Heller-Lopes como diretor artístico.

Para suas temporadas líricas, o teatro conta com os seguintes corpos artísticos: Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Ligadas também ao teatro existem a Academia de Ópera Bidu Sayão e a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa.

A atividade teatral era, na segunda metade do século XIX, muito intensa na cidade do Rio de Janeiro. Ainda assim, a cidade não dispunha de uma sala de espetáculos que correspondesse plenamente a essa atividade e que estivesse à altura da então capital do país. Os seus dois teatros, o de São Pedro e o Lírico, eram criticados pelas suas instalações, quer pelo público, quer pelas companhias que neles atuavam.

O teatro em construção, 1906.

Após a Proclamação da República brasileira (1889), em 1894 o autor teatral Arthur Azevedo lançou uma campanha para que um novo teatro fosse construído para ser sede de uma companhia municipal, a ser criada nos moldes da Comédie-Française. Entretanto, naqueles agitados dias, a campanha resultou apenas em uma lei municipal, que determinou a construção do teatro municipal. Essa lei não foi cumprida, apesar da cobrança de uma taxa para financiar a obra. Observe-se que a arrecadação desse novo tributo nunca foi utilizada para a construção do teatro.

Seria necessário esperar até à alvorada do século XX quando a sua construção viria a representar um dos símbolos do projeto republicano para a então capital do Brasil. À época, o então prefeito Pereira Passos promoveu uma grande modernização do centro da cidade, abrindo-se, a partir de 1903, a Avenida Central (hoje avenida Rio Branco) moldada à imagem dos boulevards parisienses e ladeada por magníficos exemplares de arquitetura eclética.

Nesse contexto, realizou-se um concurso para a construção de um novo teatro, do qual saiu vitorioso o projeto de Francisco de Oliveira Passos (filho do então prefeito Francisco Pereira Passos), que contou com a colaboração do francês Albert Guilbert, com um desenho inspirado na Ópera de Paris, de Charles Garnier.

O edifício foi iniciado em 1905 sobre um alicerce de mil e seiscentas estacas de madeira fincadas no lençol freático. Para decorar o edifício, foram chamados os mais importantes pintores e escultores da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli. Também foram recrutados artesãos europeus para executar vitrais e mosaicos.

Finalmente, quatro anos e meio mais tarde um tempo recorde para a obra, que teve o revezamento de 280 operários em dois turnos de trabalho, no dia 14 de julho de 1909, foi inaugurado pelo então presidente da República, Nilo Peçanha, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Francisco de Souza Aguiar era o então prefeito da cidade.

Originalmente com capacidade para 1.739 espectadores, em 1934, com a constatação de que o teatro estava pequeno para o tamanho crescente da população da cidade, a capacidade da sala foi aumentada para 2.205 lugares. A obra, apesar de sua complexidade, foi realizada em apenas três meses, também tempo recorde para a época. Posteriormente, com algumas modificações, chegou-se ao número atual de 2 361 lugares.

Em 1975, a 19 de outubro, o teatro foi fechado para obras de restauração e modernização de suas instalações e reaberto em 15 de março de 1978. No mesmo ano foi criada a Central Técnica de Produção, responsável por toda a execução dos espetáculos da casa.

Em 1996 iniciou-se a construção do edifício anexo, visando desafogar o teatro dos ensaios para os espetáculos, que, com a atividade intensa da programação durante todo o ano, ficou pequeno para eles e, também, para abrigar condignamente os corpos artísticos. Com a inauguração do anexo, o coro, o balé e a orquestra ganharam novas salas de ensaio e espaço para as suas práticas artísticas.

Em seus primórdios, apresentavam-se no teatro apenas companhias e orquestras estrangeiras especialmente as italianas e francesas, até que, em 1931, foi criada a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Entre as personalidades ilustres que pisaram no palco do Theatro Municipal destacam-se os nomes de Maria Callas, Renata Tebaldi, Arturo Toscanini, Sarah Bernhardt, Bidu Sayão, Eliane Coelho, Heitor Villa-Lobos, Igor Stravinsky, Paul Hindemith, Ruth de Souza, Alexander Brailowsky entre outras. Além da orquestra, hoje a casa abriga o Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e são apresentados, majoritariamente, programas de dança e de música erudita.

No dia 20 de março de 2011, o presidente americano Barack Obama, numa visita com fins de buscar novos tratados comerciais com o Brasil, falou ao povo brasileiro do palco do Theatro Municipal, onde reconheceu o Brasil como uma das maiores democracias do mundo contemporâneo, uma democracia que inspira a outras em dimensão intercontinental.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro ostenta obras dos mais renomados artistas brasileiros na época de sua construção. Pinturas de Eliseu Visconti, Henrique Bernardelli e Rodolfo Amoedo e esculturas de Rodolfo Bernardelli.

Eliseu Visconti é o artista com maior presença na ornamentação do teatro, sendo de sua autoria todas as pinturas da sala de espetáculos: o majestoso pano de boca (maior tela já pintada no Brasil), teto sobre a plateia (plafond) e friso sobre o palco (proscênio). Também de Eliseu Visconti são as pinturas do “foyer” do teatro (teto e painéis laterais), consideradas como obra prima da pintura decorativista no Brasil.

Rodolfo Amoedo executou oito pinturas nas paredes laterais das rotundas do “foyer”, sendo de Henrique Bernardelli a autoria das pinturas dos tetos das duas rotundas.

O restaurante Assirius, no subsolo do teatro, tem a particularidade de ter uma decoração em estilo assírio.






 

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