Inaugurado
em 14 de julho de 1909 durante a prefeitura de Souza Aguiar, mas tendo a obra
sido iniciada no governo anterior (de Pereira Passos), como parte do conjunto
arquitetônico das obras de reurbanização do Rio de Janeiro e abertura da
Avenida Central, exerce desde sua inauguração um importante papel para a
cultura carioca e nacional, recebendo em seu palco importantes artistas,
orquestras e companhias de ballet.
Apesar
do nome, o teatro não pertence ao município, mas está vinculado ao estado do
Rio de Janeiro. Atualmente o teatro é dirigido pela Fundação Theatro Municipal
do Rio de Janeiro, que tem Aldo Mussi como presidente e André Heller-Lopes como
diretor artístico.
Para
suas temporadas líricas, o teatro conta com os seguintes corpos artísticos:
Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Coro do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro e Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Ligadas
também ao teatro existem a Academia de Ópera Bidu Sayão e a Escola Estadual de
Dança Maria Olenewa.
A
atividade teatral era, na segunda metade do século XIX, muito intensa na cidade
do Rio de Janeiro. Ainda assim, a cidade não dispunha de uma sala de
espetáculos que correspondesse plenamente a essa atividade e que estivesse à
altura da então capital do país. Os seus dois teatros, o de São Pedro e o
Lírico, eram criticados pelas suas instalações, quer pelo público, quer pelas
companhias que neles atuavam.
O
teatro em construção, 1906.
Após
a Proclamação da República brasileira (1889), em 1894 o autor teatral Arthur
Azevedo lançou uma campanha para que um novo teatro fosse construído para ser
sede de uma companhia municipal, a ser criada nos moldes da Comédie-Française.
Entretanto, naqueles agitados dias, a campanha resultou apenas em uma lei
municipal, que determinou a construção do teatro municipal. Essa lei não foi
cumprida, apesar da cobrança de uma taxa para financiar a obra. Observe-se que
a arrecadação desse novo tributo nunca foi utilizada para a construção do
teatro.
Seria
necessário esperar até à alvorada do século XX quando a sua construção viria a
representar um dos símbolos do projeto republicano para a então capital do
Brasil. À época, o então prefeito Pereira Passos promoveu uma grande
modernização do centro da cidade, abrindo-se, a partir de 1903, a Avenida
Central (hoje avenida Rio Branco) moldada à imagem dos boulevards parisienses e
ladeada por magníficos exemplares de arquitetura eclética.
Nesse
contexto, realizou-se um concurso para a construção de um novo teatro, do qual
saiu vitorioso o projeto de Francisco de Oliveira Passos (filho do então
prefeito Francisco Pereira Passos), que contou com a colaboração do francês
Albert Guilbert, com um desenho inspirado na Ópera de Paris, de Charles
Garnier.
O
edifício foi iniciado em 1905 sobre um alicerce de mil e seiscentas estacas de
madeira fincadas no lençol freático. Para decorar o edifício, foram chamados os
mais importantes pintores e escultores da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo
Amoedo e os irmãos Bernardelli. Também foram recrutados artesãos europeus para
executar vitrais e mosaicos.
Finalmente,
quatro anos e meio mais tarde um tempo recorde para a obra, que teve o
revezamento de 280 operários em dois turnos de trabalho, no dia 14 de julho de
1909, foi inaugurado pelo então presidente da República, Nilo Peçanha, o
Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Francisco de Souza Aguiar era o então
prefeito da cidade.
Originalmente
com capacidade para 1.739 espectadores, em 1934, com a constatação de que o
teatro estava pequeno para o tamanho crescente da população da cidade, a
capacidade da sala foi aumentada para 2.205 lugares. A obra, apesar de sua
complexidade, foi realizada em apenas três meses, também tempo recorde para a
época. Posteriormente, com algumas modificações, chegou-se ao número atual de 2
361 lugares.
Em
1975, a 19 de outubro, o teatro foi fechado para obras de restauração e
modernização de suas instalações e reaberto em 15 de março de 1978. No mesmo
ano foi criada a Central Técnica de Produção, responsável por toda a execução
dos espetáculos da casa.
Em
1996 iniciou-se a construção do edifício anexo, visando desafogar o teatro dos
ensaios para os espetáculos, que, com a atividade intensa da programação
durante todo o ano, ficou pequeno para eles e, também, para abrigar
condignamente os corpos artísticos. Com a inauguração do anexo, o coro, o balé
e a orquestra ganharam novas salas de ensaio e espaço para as suas práticas
artísticas.
Em
seus primórdios, apresentavam-se no teatro apenas companhias e orquestras
estrangeiras especialmente as italianas e francesas, até que, em 1931, foi
criada a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Entre as
personalidades ilustres que pisaram no palco do Theatro Municipal destacam-se
os nomes de Maria Callas, Renata Tebaldi, Arturo Toscanini, Sarah Bernhardt,
Bidu Sayão, Eliane Coelho, Heitor Villa-Lobos, Igor Stravinsky, Paul Hindemith,
Ruth de Souza, Alexander Brailowsky entre outras. Além da orquestra, hoje a
casa abriga o Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o Ballet do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro e são apresentados, majoritariamente, programas de
dança e de música erudita.
No
dia 20 de março de 2011, o presidente americano Barack Obama, numa visita com
fins de buscar novos tratados comerciais com o Brasil, falou ao povo brasileiro
do palco do Theatro Municipal, onde reconheceu o Brasil como uma das maiores
democracias do mundo contemporâneo, uma democracia que inspira a outras em
dimensão intercontinental.
O
Theatro Municipal do Rio de Janeiro ostenta obras dos mais renomados artistas
brasileiros na época de sua construção. Pinturas de Eliseu Visconti, Henrique
Bernardelli e Rodolfo Amoedo e esculturas de Rodolfo Bernardelli.
Eliseu
Visconti é o artista com maior presença na ornamentação do teatro, sendo de sua
autoria todas as pinturas da sala de espetáculos: o majestoso pano de boca
(maior tela já pintada no Brasil), teto sobre a plateia (plafond) e friso sobre
o palco (proscênio). Também de Eliseu Visconti são as pinturas do “foyer” do
teatro (teto e painéis laterais), consideradas como obra prima da pintura
decorativista no Brasil.
Rodolfo
Amoedo executou oito pinturas nas paredes laterais das rotundas do “foyer”,
sendo de Henrique Bernardelli a autoria das pinturas dos tetos das duas
rotundas.
O
restaurante Assirius, no subsolo do teatro, tem a particularidade de ter uma
decoração em estilo assírio.
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