Ah, Icaraí... Hoje, o sol nasceu com uma preguiça gostosa, daquelas que a gente sente vontade de imitar, espreguiçando a alma junto com seus raios dourados. Mas logo, como um artista ansioso por pintar a tela do céu, ele se ergueu majestoso, banhando essa nossa joia rara de Niterói em uma luz tão vibrante que abraça a todos.
Caminhar pela orla nessa manhã é sentir a brisa suave do mar beijando o rosto, enquanto o sol beija a pele. As ondas mansas sussurram segredos na areia, e o brilho na água dança como confetes dourados jogados por um dia de festa. E que festa é viver aqui, nessa faixa abençoada onde a alegria estampada nos rostos é o bem mais precioso.
É verdade, a felicidade parece ter fincado raízes profundas nesse pedaço de terra. A gente vê nos olhos das pessoas, no jeito leve de caminhar, nas conversas animadas nos quiosques. A alegria se manifesta naturalmente, espontânea, revelando aquela essência boa que mora no coração de quem escolheu Icaraí para chamar de lar.
Os eternos sois de Icaraí... Como bem dizem, eles parecem ter um pacto com a beleza desse lugar. E as luas, ah, as luas! Prateadas e misteriosas, testemunhas silenciosas de tantas histórias à beira-mar.
Icaraí pulsa, vive, sente, o coração nobre de Niterói, cidade que há anos me inspira com seu sorriso para o mar e para o sol, a mesma Niterói que me inspirou a contemplar sua beleza lá do alto das estrelas: “Do alto das estrelas surgiste tu Niterói... o teu sorriso é um motivo de flores, sorriso que começa quando o sol deliciosamente desperta mil amores.”
A minha inspirada
frase também ecoa e se encontra imortalizada no Boletras da Academia Fluminense
de Letras, e hei de entender o meu sentimento. Porque, de fato, Icaraí, com seu
sol radiante e sua gente feliz, parece um presente divino, uma estrela que
brilha forte no coração de todos nós. E hoje, sob esse sol lindo, a gente sente
ainda mais essa benção de viver aqui.
© Alberto Araújo
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