O lançamento do livro A Pedra Angular, sexto título do escritor e acadêmico Carlos Gomes, foi também um encontro de amigos, companheiros de letras e de caminhada espiritual. Entre os presentes, esteve nossa estimada companheira Irinéa Pereira Gomes, que testemunhou com alegria esse momento marcante da literatura niteroiense. A um pedido do jornalista e editor do Focus Portal Cultural compartilhou o registro fotográfico em que posa ao lado do escritor, eternizando em imagem a emoção do instante.
O lançamento do livro: A Pedra Angular, sexto título do escritor e acadêmico Carlos Gomes, revelou-se mais do que um simples acontecimento literário: foi um convite à introspecção, à espiritualidade e à construção de si mesmo por intermédio de mensagens significativas ao Grande Construtor, a Pedra Angular da humanidade.
O título não poderia ser mais simbólico. A “Pedra Angular” é a base, o alicerce, a primeira pedra colocada no cume para sustentar todas as outras. Na tradição cristã, é o próprio Cristo, o Grande Construtor, a pedra rejeitada pelos construtores, mas que se tornou essencial para a fundação da Igreja e da fé. O livro, nesse sentido, é uma metáfora viva da necessidade de se firmar em um eixo espiritual sólido, capaz de conferir segurança, firmeza e sentido à caminhada humana.
A obra traz uma mensagem extraordinária, que ultrapassa o plano materialista e convida o leitor a mergulhar em metáforas que apontam para a busca da divindade dentro de nós. Nas páginas, percebe-se uma clara entrega de fé ao Grande Construtor, como o autor o chama, evocando um diálogo profundo com os fundamentos bíblicos.
Carlos Gomes, com sua trajetória marcada pela literatura, pela música, pela medicina e pela diplomacia, demonstra mais uma vez que sua escrita é atravessada pela pluralidade da experiência e pela maturidade da reflexão. A Pedra Angular não é apenas leitura, mas um exercício de autoconhecimento e de construção interior.
Trata-se de um livro que ecoa tanto na razão quanto na alma, um chamado à evolução espiritual e ao reencontro com aquilo que sustenta nossa fé e nossa humanidade.
Depoimento na orelha do livro sobre A Pedra Angular. O Sociólogo, Escritor e Professor Angelo Longo escreveu, no outono de 1992:
“Esta obra é uma ficção maravilhosa e fabulosa, um Real Imaginário, ainda nos prelúdios interiores de produção fragmentada. É um libelo de muitas caminhadas e outras tantas viagens desencalhadas. Por isso, ele, Carlos Gomes, é um autor de procuras e redescobertas. Sempre!”
Com esta obra, Carlos Gomes reafirma seu lugar como um escritor que não apenas registra palavras, mas edifica pontes entre a existência e o eterno.
BIOGRAFIA CARLOS GOMES – ENTRE A PALAVRA,
A MÚSICA E A LUZ
Carlos Gomes nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, e desde cedo trouxe no olhar a paisagem da baía da Guanabara, das gaivotas em voo e dos pequenos barcos que riscam a linha do horizonte. A infância, vivida entre o mar, as árvores e o canto dos pássaros, marcou-lhe a sensibilidade e a vocação para a arte.
Aos 11 anos, partiu com a família para o continente, mas levou consigo a memória das marés e a poesia do bairro da Lira, onde correu descalço pelas ruas de terra batida e brincou de bola de meia. Foi nesse tempo que nasceram as primeiras “inquietações literárias”, nutridas pela leitura dos clássicos brasileiros: Olavo Bilac, Machado de Assis, Castro Alves, Guimarães Rosa e incentivadas por mestres que o guiaram no amor às letras.
Em 1985, publicou seu primeiro livro pela Editora Crisális, com o poema “O Flamboyant”, abrindo as portas para uma carreira literária que se tornaria fecunda. Ao longo das décadas, escreveu poemas, estudos, peças teatrais e monografias, sempre com um olhar reflexivo e espiritual. Sua monografia Joaquim José da Silva Xavier – El Sacramentales, mártir de la libertad en Brasil alcançou reconhecimento internacional, sendo apresentada na Espanha e publicada em 1993.
Carlos Gomes lançou, em Barcelona, O Ocaso da Raça e outros Poemas (1992), um canto contra a angústia e a desesperança das minorias. Sua voz ganhou espaço em diversas academias de letras, entre elas a Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, onde ocupa a cadeira 33, e a Academia Pan-Americana de Letras e Artes, além da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores.
Médico formado pela Universidade Federal Fluminense, músico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atuou como cantor lírico, pianista e intérprete em recitais no Brasil e no exterior. Representou o país no Festival de Música Clássica de Cantongirós, na Espanha, e criou, em Niterói, o projeto Musicancintano, destinado a jovens artistas da arte lírica. Como médico, serviu no Itamaraty, com passagem pelo Palácio Itamaraty no Rio de Janeiro e funções no exterior. Em 2001, foi condecorado pelo Presidente da República com a Ordem do Rio Branco, grau de Oficial.
Sua obra mais recente, A Pedra Angular, reafirma sua fé no Grande Construtor, traduzida em metáforas que convidam ao autoconhecimento, à espiritualidade e à construção de si mesmo. O termo bíblico, que alude a Cristo como fundamento da Igreja e da vida, torna-se nas mãos do autor uma chave de leitura para o sentido da existência.
Carlos Gomes é, portanto, um homem de múltiplas linguagens, a poesia, a música, a medicina, a diplomacia e um peregrino da palavra, que constrói pontes entre a vida e o transcendente. Sua trajetória é um testemunho de perseverança, fé e criação constante.
Por fim, o lançamento de A Pedra Angular não se restringiu a uma celebração literária: foi também um momento de encontro humano e espiritual. A presença de Irinéa Pereira, representando a amizade e a partilha entre escritores, acrescentou brilho à ocasião, mostrando que a literatura se faz em comunidade, no gesto de estar junto e de testemunhar a obra do outro.
Ao registrar em fotografia esse instante, o Focus Portal Cultural cumpre sua missão de preservar não apenas a memória de um livro, mas também a memória afetiva dos que caminham juntos na construção cultural. Assim, A Pedra Angular se firma não apenas como livro, mas como um marco simbólico na vida literária e espiritual de todos que partilharam de seu nascimento.
Resenha do jornalista e escritor
© Alberto Araújo
Niterói, 24 de agosto de 2025.
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