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Epígrafe: “Na palavra ergueu justiça,
no gesto, a nobreza do saber.
Foi farol na noite dos homens,
e na memória, não deixa morrer.
Levi Carneiro — voz que ilumina,
patrono eterno do viver.” _ Alberto
Araújo
A Revista ABROLENSE nº 4, agosto de 2024, edição da Academia Brasileira Rotária de Letras do Estado do Rio de Janeiro (ABROL), sob a presidência da acadêmica Dra. Matilde Slaibi Conti, abre suas páginas para uma homenagem que é mais que lembrança: é ato de memória, gratidão e reconhecimento.
A separata apresenta a imagem serena do mestre, acompanhada com palavras de apresentação da presidente Dra. Matilde Slaibi Conti, ocupante da Cadeira nº 12 da ABROL do Estado do Rio de Janeiro, que tem como Patrono justamente Levi Fernandes Carneiro. Há, aqui, uma coincidência que suplanta o acaso e se converte em símbolo: a presidente Matilde reside na Rua Otávio Carneiro, em Niterói, via que homenageia o irmão do jurista imortalizado. É como se a própria cidade guardasse, em suas ruas e casas, o eco de uma linhagem de memória, ligando vida presente e herança histórica. É como se a cidade preservasse, em sua geografia, a herança viva de uma família que marcou a história do Direito e da cultura brasileira.
A convite da presidente Matilde, a revista e separata publica também o ensaio do acadêmico Dr. Waldenir de Bragança, que ocupa a Cadeira nº 09 da ABROL do Estado do Rio de Janeiro, cujo Patrono é Ernesto Imbassahy de Mello. Nesse gesto, memória e continuidade se entrelaçam: o patrono e o homenageado, o discípulo e o mestre, unidos pela mesma devoção às letras e à justiça.
Nascido em Niterói, em 16 de dezembro de 1882, e falecido em 07 de novembro de 1971, Levi Carneiro atravessou quase um século, deixando marcas que o tempo não apaga. Foi advogado combativo, professor admirado, parlamentar constituinte de 1934, fundador da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), intelectual refinado e personalidade de prestígio internacional.
Mais que cargos e títulos, Levi Carneiro foi iluminado pela vocação da justiça. Sua palavra era clara e rigorosa, mas também profundamente humana. Como advogado, enfrentou causas complexas com a serenidade dos grandes mestres. Como jurista, deixou pareceres e obras que ainda hoje orientam o Direito. Como professor, formou gerações. Como homem público, levou ao mundo não apenas a voz de um jurista, mas o sopro de uma cultura humanista, que buscava conciliar Direito, dignidade e paz.
Na Revista ABROLENSE, Levi Carneiro não surge apenas como biografia: ressurge como presença. Sua voz ainda ecoa nas salas da advocacia, nas academias de letras, na memória de Niterói — sua terra natal.
Levi Carneiro integra o seleto grupo dos homens que se tornam maiores que o tempo. Sua vida foi semente, suas obras, fruto, e sua lembrança permanece como farol.
Assim, ao abrir esta separata, não encontramos apenas um retrato ou um ensaio acadêmico. Encontramos um espelho de grandeza, uma convocação à ética, um chamado à justiça. E compreendemos: Levi Carneiro não está apenas na história. Ele permanece na eternidade da palavra.
Editorial
Alberto Araújo
Focus Portal Cultural
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