23 de agosto. Foi hoje, ao amanhecer, que o dia me surpreendeu com o som singelo do interfone. Do outro lado, a voz do síndico anunciava que havia encomendas me esperando na caixa de correios. Desci pelo elevador com o coração curioso, como quem desce à procura de um segredo guardado pela manhã.
Ao abrir as embalagens, a surpresa ganhou contornos de poesia: em minhas mãos, repousavam os livros da escritora e educadora Tania Zagury, o clássico Limites sem Trauma, Construindo Cidadãos para Pais do Século XXI, obra já centenária em edições, e o romance Rampa, ambos autografados com carinho. E, como um sopro de memória, havia ainda a delicadeza da obra É assim que eu conto, de Leão Zagury, companheiro de vida e inspiração literária de nossa acadêmica. Só no olhar daquele volume, fui transportado à infância, ao tempo das descobertas primeiras, quando a leitura abria portas para mundos encantados.
São livros cheios de conteúdos e significados, cada um trazendo uma riqueza própria: Limites sem Trauma oferece ensinamentos fundamentais aos pais sobre a difícil e necessária arte de educar os filhos; Rampa se abre como romance que dialoga com a vida e o cotidiano; e É assim que eu conto revela o universo das reminiscências, memórias e ancestralidade, evocando o poder da palavra que eterniza raízes.
Com a alma leve e feliz, subi ao meu lar para mostrar à minha Shirley o tesouro recebido. Entre as páginas dedicadas, percebi que o destino havia escolhido justamente a ela como destinatária especial: as palavras de Tania vinham direcionadas em autografia, como se fossem sementes lançadas em nosso coração. Minha musa sorriu com a delicadeza do gesto. E sorriu ainda mais porque também pertenceu ao universo educacional — por anos atuou na psicologia clínica e foi educadora dedicada, espalhando ensinamentos que se transformaram em marcas vivas na alma e no coração de tantos. Ver o seu nome ali, no calor de uma dedicatória, foi como um reencontro com sua própria missão e legado.
Deixo aqui minha gratidão à querida Tania Zagury, referência maior em educação e letras, pela generosidade de suas palavras e pelo gesto de carinho ao autografar obras que já são patrimônios de conhecimento e sensibilidade. Meu reconhecimento também ao talentoso Leão Zagury, cuja escrita delicada e profunda em É assim que eu conto me transportou às lembranças da infância e às raízes de nossa ancestralidade. Receber esses livros é receber afeto, sabedoria e memória; é sentir-se abraçado pela literatura que engrandece a vida.
Assim, aquele amanhecer não foi apenas o despertar de um dia, mas o despertar de memórias, afetos e aprendizados. Os livros chegaram como presentes vivos, trazendo não apenas histórias e ensinamentos, mas também o calor da amizade e a continuidade de uma jornada literária. Em breve, pretendo escrever as resenhas dessas obras tão nobres e inspiradoras, para compartilhar ainda mais da riqueza que elas carregam: vida, cotidiano, educação, memórias e ancestralidade.
Entre o toque do interfone e o abrir das páginas, o cotidiano se transformou em celebração, uma celebração da vida, da infância reencontrada e do amor compartilhado com minha eterna companheira.
© Alberto Araújo
23 de agosto de 2025
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