De longe, a gente vê a nave. Pousada na ponta da Boa Viagem, ela parece flutuar sobre a Baía de Guanabara, um disco voador de concreto branco que o sol faz brilhar. É o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o MAC, e ele não é só um prédio: é um cartão-postal, uma paisagem, um pedaço da alma da cidade.
O MAC é do Oscar Niemeyer, um mestre que entendia a curva como ninguém. Olhando para ele, é fácil entender por que a gente diz que a curva dele é a mais sensual. As linhas circulares, a rampa vermelha que se enrosca, a base que parece um cálice, tudo isso dá um movimento, uma leveza que a gente não espera de uma construção tão grande.
Subir a rampa é uma experiência por si só. É uma caminhada lenta, uma espécie de ritual para entrar na nave. A cada passo, a vista vai se abrindo, mostrando o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, a orla de Niterói e as águas da baía. É como se a gente estivesse se preparando para decolar, com o cenário mais bonito do mundo aos nossos pés.
Lá dentro, o que se vê são as obras de arte, mas a maior obra de todas é o próprio museu. As janelas circulares, como olhos gigantes, nos convidam a enxergar a paisagem de uma forma nova. A baía, as montanhas, as embarcações, tudo se torna parte da exposição. O MAC não separa a arte da vida, ele as funde.
E assim, ele se tornou um ponto de encontro. Casais namoram na rampa, famílias fazem piquenique nos jardins, jovens tiram fotos para o Instagram. O MAC é palco de shows, de exposições, de debates. Ele deixou de ser só um museu para se tornar um espaço público, um ponto de referência que faz a gente se sentir em casa.
Quando a noite cai, a nave se ilumina. O branco ganha um brilho especial, e a estrutura parece ainda mais mágica, como se estivesse realmente pronta para voar. O MAC é a prova de que a arquitetura pode ser mais do que tijolo e cimento. Pode ser poesia, pode ser sonho, pode ser um abraço em forma de prédio. Ele é a nave de Niterói, e a gente não se cansa de admirá-la.
© Alberto
Araújo
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