Ao concluir o projeto 1ª Conferência Livre: “Democracia e Igualdade: Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa”, é impossível não destacar o papel fundamental da anfitriã e coordenadora da conferência, a professora Cecília Corrêa de Medeiros.
Sua dedicação, visão e sensibilidade foram essenciais para que este encontro se transformasse em um marco de participação, cultura e cidadania. É em homenagem a essa trajetória que apresentamos, a seguir, um texto que celebra sua contribuição e a dimensão de seu trabalho.
Há pessoas que não apenas participam da história: elas a escrevem com gestos, ideias e coragem. São como fiandeiras que, com paciência e firmeza, tecem fios invisíveis que sustentam o tecido social. Cecília Corrêa de Medeiros é uma dessas raras presenças. Professora, educadora e guardiã da memória coletiva, ela transformou sua experiência e sensibilidade em um movimento que ultrapassa paredes e calendários: a 1ª Conferência Livre “Democracia e Igualdade: Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa”.
Idealizadora e coordenadora desse encontro, Cecília não se limitou a organizar um evento; ela construiu um espaço vivo, onde vozes antes dispersas se encontraram para formar um coro de reivindicação e esperança. Sua condução foi como a de uma maestrina que conhece cada nota da sinfonia social: acolheu, orientou, inspirou. Sob sua liderança, a conferência não foi apenas um debate técnico, mas um ato cultural, político e humano, um rito de afirmação da dignidade.
O trabalho de Cecília é tecido com fios de educação, cultura e cidadania. Na educação, ela reafirma que aprender é um direito que não envelhece, ecoando Paulo Freire quando dizia que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam em comunhão”.
Na cultura, reconhece que a memória das mulheres idosas é patrimônio imaterial, tão valioso quanto os cantos de trabalho, as danças populares ou os saberes ancestrais que atravessam gerações.
Na cidadania, defende que democracia se constrói com participação ativa e plural, lembrando que a verdadeira igualdade não é concessão, mas conquista coletiva.
Sua visão amplia horizontes e desafia o silêncio imposto às mulheres que carregam décadas de histórias. Ao dar voz às idosas, Cecília reafirma que cada ruga é um arquivo vivo, cada lembrança é um documento histórico, cada gesto é uma forma de resistência.
A dimensão de sua atuação vai além do que se vê. É como uma raiz profunda que alimenta árvores inteiras de transformação. Ao idealizar a conferência, Cecília plantou sementes que germinarão em políticas públicas, em novos encontros, em gestos cotidianos de respeito e inclusão. Cada proposta aprovada, cada moção debatida, cada momento cultural vivido naquele dia carrega a marca de sua dedicação.
Falar de Cecília é falar de compromisso. É reconhecer que sua trajetória é feita de pontes: entre gerações, entre saberes, entre mundos que muitas vezes não se encontram. É também celebrar sua capacidade de transformar um ato administrativo em um ritual de pertencimento.
Sua presença lembra as grandes mulheres da história que, com firmeza e ternura, abriram caminhos: de Nísia Floresta, pioneira da educação feminina no Brasil, a Maria da Penha, símbolo da luta contra a violência de gênero. Cecília inscreve-se nessa linhagem de mulheres que não se contentam em assistir à história, mas a moldam com coragem e ternura.
Na conferência, cada fala foi como um fragmento de poesia social. Cada talentoso profissional que tomou a palavra trouxe consigo não apenas reivindicações, mas também memórias, cantigas, provérbios, saberes. E Cecília, com sua escuta atenta, soube transformar esse mosaico em um quadro maior, onde a democracia aparece não como conceito abstrato, mas como prática cotidiana.
Assim, sua atuação não se limita ao presente. É um gesto que projeta futuro. Como quem acende uma tocha em meio à escuridão, Cecília ilumina caminhos para que novas gerações compreendam que a velhice não é fim, mas continuidade; não é silêncio, mas voz; não é invisibilidade, mas presença.
Ao celebrarmos sua contribuição, celebramos também a certeza de que a democracia só se fortalece quando inclui todas as idades, todas as vozes, todos os corpos. Cecília Corrêa de Medeiros nos lembra de que igualdade não é apenas um ideal, mas uma prática que se constrói no encontro, no diálogo e na escuta.
Por isso, ao encerrar a 1ª Conferência Livre, não se encerrou um ciclo, mas inaugurou uma nova etapa. A semente lançada por Cecília germinará em cada gesto de respeito, em cada política que reconheça direitos, em cada espaço onde a pessoa idosa seja tratada não como peso, mas como fonte de sabedoria.
Cecília
Medeiros é mais que anfitriã de uma conferência: é voz, é ponte, é raiz. É a
prova viva de que a democracia se tece com mãos firmes, mas também com coração
aberto.
Os
nossos cumprimentos e felicitações para os membros da COMISSÃO ORGANIZADORA que
auxiliaram e acreditaram no conspícuo trabalho:
Cecília
Corrêa de Medeiros
Cenira
Duarte Braga
Guilherme
Belmont
Gildete
Ferreira
Heloísa
Mesquita
Marcia
Maria de Jesus Pessanha
Maria
Clotilde Barbosa Nunes Maia de Carvalho
Nathalia
Fonseca da Silva Barboza
Vera
Magalhães
Vilma
Câmara
©
Alberto Araújo
Jornalista
e escritor
23
de setembro de 2025.
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