Epígrafe:
“A melodia do conhecimento
como caminho para
o desenvolvimento humano”
– Alberto Araújo
Desde os primórdios da humanidade, a música acompanha o homem como linguagem universal, capaz de atravessar culturas, unir povos e despertar emoções profundas. É ritmo, é harmonia, é memória coletiva. No campo da educação, ela se revela não apenas como arte, mas como ferramenta de transformação, capaz de abrir portas para o conhecimento e de tornar o aprendizado mais humano e sensível. É nesse território fértil que se inscreve Aprender Palavras, Música e Arte, de Idalina Andrade Gonçalves, obra que harmoniza sensibilidade artística, rigor acadêmico e compromisso social.
Publicada pelo selo Parthenon Centro de Arte e Cultura, com 132 páginas, a obra traz prefácio de Arnaldo Niskier - membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Educação e apresentação de Selma Dantas Teixeira Sabra, presidente da Academia de Medicina do Rio de Janeiro. Desde sua concepção, o livro se destaca como contribuição relevante para o diálogo entre música, alfabetização e desenvolvimento humano, sendo já indicado em universidades brasileiras, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A autora parte de sua vivência como professora de pintura, quando percebeu que a música, mesmo fora do ensino musical formal, tinha papel decisivo no engajamento e na expressão de seus alunos, especialmente daqueles com dificuldades de comunicação. Essa experiência se somou à sua formação em Musicoterapia e Avaliação–Alfabetização pela UERJ, resultando em uma proposta pedagógica que integra arte, ciência e afeto.
No Prefácio, Arnaldo Niskier ressalta a versatilidade de Idalina que é artista plástica, educadora e pesquisadora e sua capacidade de transitar entre diferentes linguagens artísticas e campos do saber. Destaca a universalidade da música como ferramenta terapêutica e educacional, capaz de ultrapassar barreiras culturais e sociais. O texto também aponta a influência de Edgar Morin, que defende a educação como um despertar para a música e as artes, e de Paulo Freire, cuja pedagogia libertadora inspira a valorização da sensibilidade e da criatividade no processo de ensino-aprendizagem.
O livro não se limita a apresentar fundamentos teóricos: denuncia a timidez com que a música é tratada nas creches e pré-escolas brasileiras, onde muitas vezes a abordagem se restringe a atividades pontuais. Em contrapartida, valoriza experiências mais ricas, nas quais a música é integrada ao cotidiano escolar, com instrumentos, professores especializados e manifestações culturais como o Maracatu e ritmos africanos. Para Idalina, a música não é ornamento, mas elemento estruturante da alfabetização, capaz de desenvolver consciência fonológica, integrar fonemas e grafemas e estimular a motivação intrínseca.
A orelha, assinada por Selma Sabra, reforça o caráter inovador e sensível da obra, defendendo sua presença em escolas e bibliotecas como forma de democratizar o acesso das crianças à música e à cultura. A contracapa reúne depoimentos de Niskier, Dalma Nascimento e da própria Selma, todos convergindo na ideia de que a “música é um sol que ilumina a mente” e um recurso indispensável para a valorização do ensino brasileiro.
O acadêmico Arnaldo Niskier por sua vez disse: Concordamos plenamente com as conclusões da professora Idalina Andrade Gonçalves, perfilando na tese de que a música pode ajudar, e muito, na valorização do ensino brasileiro, já a professora Dalma Nascimento disse: Receptiva à eterna beleza musical, a escritora e musicista Idalina no exercício do magistério, desde cedo voltou-se para a música em tom maior. A doutora Selma Sabra disse: Falar sobre educação infantil é incentivar a música na vida de nossas crianças.
Nos Agradecimentos, Idalina revela a rede de mestres e colaboradores que sustentaram sua trajetória, como o Prof. Dr. Zacarias G. Gama (UERJ), o Prof. Dr. Osvaldo Nascimento (UFF), além de Niskier, Selma Sabra e Dalma Nascimento. Essa rede evidencia que a obra é fruto de um percurso coletivo, enriquecido pelo diálogo entre diferentes áreas do conhecimento.
Mais do que um estudo acadêmico, Aprender Palavras, Música e Arte é um manifesto pela integração entre arte e educação. Idalina defende que a aprendizagem deve ser um processo lúdico, motivador e inclusivo, no qual a música atua como mediadora entre o conhecimento e a experiência sensível. Ao propor um método que respeita o ritmo e a musicalidade de cada aluno, reafirma que ensinar é também um ato de escuta e de afeto.
Assim como uma melodia bem
construída, a obra de Idalina Gonçalves conduz o leitor por um percurso de
harmonia entre teoria e prática, emoção e método, arte e ciência. Ao final,
compreendemos que a música, para além de notas e compassos, é ponte para o
saber, é estímulo para a criatividade e é alimento para a alma. Não surpreende
que Aprender Palavras, Música e Arte esteja sendo acolhido no meio acadêmico
como referência, pois sua mensagem ecoa como um refrão necessário: educar é
também fazer música com as palavras, com os gestos e com o coração.
BIOGRAFIA LÍRICA DE IDALINA ANDRADE GONÇALVES
“O coração luso que pulsa em solo brasileiro”
– Alberto Araújo
Das ilhas açorianas, onde o Atlântico murmura segredos ancestrais e a natureza se veste de verde-esmeralda, nasceu Idalina Andrade Gonçalves, portuguesa de berço, brasileira de alma e cidadã do mundo das artes e das letras. Sua origem insular, marcada pela força dos ventos e pela poesia das marés, imprime em sua obra um lirismo telúrico e uma sensibilidade que atravessa fronteiras.
Artista plástica de mão delicada e olhar profundo, Idalina transita com igual mestria pela pintura, pela poesia e pelo ensaio. Pincela telas com a mesma precisão com que borda versos, e constrói textos que revelam tanto a argúcia da ensaísta quanto a musicalidade da poetisa. Sua voz ecoa em academias e instituições culturais, levando consigo a herança lusitana e o afeto brasileiro.
Formada em Psicomotricidade e Biomedicina, alia ciência e arte em uma trajetória intelectual que se expande para a Musicoterapia e para a pesquisa em alfabetização, áreas nas quais desenvolve propostas inovadoras que unem sensibilidade e método. Essa amplitude de saberes sustenta sua atuação como Membro Titular em prestigiadas casas do saber, onde sua contribuição é reconhecida e valorizada.
Integra a AJEB-RJ (Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – Seção Rio de Janeiro), espaço em que cultiva a alquimia das palavras, onde já apresentou palestras memoráveis, como a dedicada à escritora portuguesa Maria Archer, resgatando e iluminando o legado de uma voz feminina essencial.
Sua presença é igualmente marcante no Elos Internacional da Comunidade Lusíada, onde tomou posse sob a presidência de Matilde Carone Slaibi Conti, e no PEN Clube do Brasil, instituição que a acolheu em solenidade presidida por Ricardo Cravo Albin. Sua ascensão ao PEN Clube é o reconhecimento de uma trajetória que une talento, dedicação e compromisso com a cultura.
Idalina Andrade Gonçalves é mais que uma escritora: é uma ponte viva entre Portugal e Brasil, entre ciência e arte, entre tradição e inovação. Sua obra e sua vida são faróis que iluminam o caminho de quem acredita que a palavra, quando dita com verdade e beleza, é capaz de transformar o mundo.
Texto e biografia
feitos exclusivamente para esta postagem.
© Alberto Araújo
Jornalista e editor
do Focus Portal Cultural
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