quinta-feira, 18 de setembro de 2025

SÁVIO SOARES DE SOUSA — CENTENÁRIO DE LUZ CELEBRANDO OS 101 ANOS DO MEU MESTRE, MEU GURU © ALBERTO ARAÚJO


"Sávio Soares de Sousa: poeta que semeou palavras no vento e colhe eternidade nas páginas da luz."

Hoje, 18 de setembro, o tempo abre um clarão para lembrar aquele que, se o calendário fosse ponte, atravessaria para nós com 101 anos de sabedoria. Sávio Soares de Sousa — niteroiense do Fonseca, filho de Oswaldo e Verpertina, herdeiro de sangue do Visconde do Uruguai e herdeiro maior da palavra. 

Alfabetizado no aconchego da tia Nelsina, moldado nas salas do Colégio Brasil, do Universitário da Praia Vermelha, do Liceu Nilo Peçanha, da Faculdade de Direito de Niterói e da Sociedade Dante Alighieri, fez da vida um vasto livro, escrito com páginas de ofício e de sonho. 

Foi bancário, taquígrafo parlamentar, professor, membro do Ministério Público — mas, acima de tudo, foi poeta. Poeta de versos e de gestos, de prosas e de silêncios. Um cinéfilo inveterado, especialista na Sétima Arte. 

Membro da Academia Fluminense de Letras, Academia Niteroiense de Letras e presidiu a UBT de Niterói com a mesma devoção com que cultivava a palavra. Escreveu no O Fluminense por mais de três décadas, como quem semeia letras no vento para que floresçam no coração do leitor. Criou, com a ousadia dos que amam a literatura, a Resenha da Tenda e integrou o movimento Escritores ao ar Livro, levando a poesia para onde o papel pudesse pousar. 

Autor de Mundo número dois, O salto e o paraquedas, Signo do sapo, O canibal arrependido e outros discursos e Rapsódia para sanfona, deixou-nos um mapa de metáforas para atravessar desertos e tempestades. Seu nome repousa nas enciclopédias, mas sua presença vive na memória dos que o ouviram, dos que o leram, dos que o seguiram. 

Para mim, foi mais que um mestre: foi um ser de luz. Mais que um guru: foi bússola. Com ele aprendi que a literatura não é apenas arte é também ética, é também coragem, é também ternura. 

Hoje, ao lembrar seus 101 anos, eu sinto que Sávio não partiu. Apenas se recolheu ao Parnaso, àquela dimensão onde os grandes espíritos repousam, mas de onde continuam a soprar inspiração sobre nós. E assim, Mestre, sigo sua lição: “escrever como quem respira, viver como quem escreve” — e sigo fielmente os seus ensinamentos.


SÁVIO SOARES DE SOUSA —

CENTENÁRIO DE LUZ

101 anos do meu Mestre, meu Guru

© Alberto Araújo

 

No Fonseca nasceu,

herdeiro do Visconde e da palavra.

Poeta, prosador, cinéfilo,

membro da ANL, da AFL

e presidente da UBT de Niterói.

 

Autor de mundos, saltos, signos e rapsódias,

semeou letras no vento

por mais de três décadas em O Fluminense.

Levou poesia às ruas,

fez da vida um livro aberto.

 

Para mim, foi farol e bússola.

Hoje, no seu centenário,

sei que não partiu: apenas escreve,

agora, nas páginas de luz da eternidade.

 

© Alberto Araújo

 





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