segunda-feira, 22 de setembro de 2025

PRIMAVERA EM NITERÓI 22 DE SETEMBRO - © ALBERTO ARAÚJO

Hoje, Niterói acordou com um sorriso. Não foi apenas o sol que se espreguiçou sobre a Baía de Guanabara, foi a própria primavera que, pontual, bateu à porta da cidade. Chegou com vestido de flores, perfume de jasmim e um vento leve que pareceu varrer qualquer sombra de inverno. 

As ruas ganharam outro tom. No Campo de São Bento, os ipês e as quaresmeiras decidiram fazer festa: pétalas caem como confete, tingindo o chão de amarelo e lilás. As crianças correm entre elas como se fosse carnaval fora de época, e até os pombos parecem mais animados, disputando migalhas com um ar de quem também celebra.

Na orla de Icaraí, o mar reflete um azul mais vivo, como se tivesse passado a noite se preparando para a estação. Os pescadores, de chapéu e paciência, lançam suas redes com um gesto quase coreografado, enquanto casais caminham de mãos dadas, trocando sorrisos que combinam com o dia. 

A primavera em Niterói não é só uma mudança no calendário, é um convite. Convite para abrir as janelas, deixar a luz entrar e ouvir o canto dos sabiás que, desde cedo, ensaiam suas melodias. Convite para tomar um café na calçada, sentir o calor suave no rosto e perceber que a vida, assim como as flores, sempre encontra um jeito de renascer. 

Nos bairros, as feiras ganham cores novas: morangos mais vermelhos, mangas mais douradas, temperos que exalam histórias. E nas praças, músicos afinam violões, preparando trilhas sonoras para tardes preguiçosas. É como se a cidade inteira tivesse combinado de se vestir de alegria. 

Hoje, 22 de setembro, a primavera chegou dizendo: “Vem, Niterói, é hora de florescer”. E a cidade, vaidosa, aceitou o convite.

© Alberto Araújo

 




 

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