Ao abrir a página dos Foculistas, fui surpreendido por um instante raro: não eram apenas fotos, nem apenas um texto, era um encontro entre imagem e palavra que parecia suspender o tempo. A lua, filtrada pelos galhos nus, brilhava como se guardasse um segredo antigo. E então, vieram as palavras de Ana Maria Tourinho, que não descrevem apenas uma cena, mas nos transportam para dentro dela:
"À medida que o sol se despede, tingindo o céu de cores quentes, o crepúsculo surge com um sussurro suave. As sombras dançam entre as folhas das árvores, enquanto o perfume da terra fresca impregna o ar com promessas de serenidade. A lua, quase cheia e plena de mistérios, começa a surgir, suavemente prateando o momento, como se o céu estivesse apaixonado. Eu e você, envoltos nesse abraço da natureza, nossos olhares se encontram, e parece nada mais haver no mundo. A noite vem chegando preguiçosa e envolvente, estrelas começam a piscar como se fossem testemunhas silenciosas do nosso amor, enquanto o vento murmura segredos entre os galhos das árvores que nos rodeiam. Música suave quebra o silêncio. Rimos, bebericamos e colocamos tudo que faltava em dia, e, em cada toque o tempo parece parar, e a beleza do momento se torna eterna. Sob o olhar da lua, celebramos a magia de estar juntos, há mais de meio século, em harmonia com a natureza, onde o amor floresce como as flores que dançam ao vento. Que tarde/noite feliz!"
Ao ler, senti que não era apenas a história dela, era também um espelho de tantas histórias que a lua já testemunhou. Aquelas palavras carregam o peso leve da intimidade, o silêncio cúmplice de quem já percorreu décadas lado a lado, e a certeza de que o amor, quando se enraíza, floresce até nas noites mais frias.
E assim, entre a imagem e a crônica, percebi que a lua não estava apenas no céu: ela estava também nas entrelinhas, iluminando memórias, aquecendo corações e eternizando momentos.
© Alberto Araújo
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